Constitucionalista sobre campanha presidencial: "Não atendeu aos padrões"

- - O Primeiro-Ministro e o Presidente do Tribunal Superior de Contas estiveram diretamente envolvidos na campanha em si. São funcionários públicos que não deveriam participar deste tipo de campanha - afirma o Prof. Ryszard Piotrowski.
- O especialista destaca, entre outros pontos, a politização da cobertura midiática e o uso de materiais de serviços secretos na campanha.
- — O edital da Comissão Nacional Eleitoral foi publicado, então os prazos estão começando a correr. E aqui, no máximo quatorze dias após a divulgação dos resultados das eleições, os protestos são protocolados no Supremo Tribunal Federal — afirma o constitucionalista.
Falta de igualdade na campanha, interferência de autoridades estatais e dúvidas sobre transparência: é assim que o professor Ryszard Piotrowski, constitucionalista da Universidade de Varsóvia, avalia brevemente o segundo turno das eleições presidenciais. Embora enfatize que o resultado já foi anunciado formalmente, ele chama a atenção para uma série de irregularidades. Suas reservas dizem respeito principalmente ao curso da campanha eleitoral, que ele avalia de forma inequivocamente crítica .
— Não procedeu de acordo com o princípio da igualdade. Um dos grupos foi privado de parte significativa dos fundos a que tinha direito, não houve igualdade de acesso aos meios de comunicação públicos, que basicamente não existem porque estão sendo liquidados — ele enfatiza e aponta, entre outros aspectos, a politização da cobertura midiática e o uso de materiais dos serviços secretos.
— A campanha utilizou materiais claramente preparados pelos serviços secretos, em violação, eu diria, das regras em vigor na área. E, por fim, o Primeiro-Ministro e o Presidente do Tribunal Superior de Contas estiveram diretamente envolvidos na própria campanha. São funcionários públicos que não deveriam participar deste tipo de campanha — enfatiza.
Ele também ressalta que o envolvimento do atual presidente ao lado de um dos candidatos também pode gerar dúvidas .
Assista à entrevista completa com o Prof. Ryszard Piotrowski:
A Suprema Corte enfrentará um teste difícil?— Temos uma situação em que o edital da Comissão Eleitoral Nacional foi publicado, então os prazos estão começando a correr. E aqui, no máximo quatorze dias após a divulgação dos resultados das eleições, os protestos são protocolados no Supremo Tribunal Federal — lembra o especialista.
As dúvidas emergentes sobre a composição da Câmara de Controle Extraordinário e Assuntos Públicos do Supremo Tribunal Federal levantam questões sobre a possibilidade de contestar a validade das eleições. Embora a Comissão Nacional Eleitoral já tenha publicado os resultados oficiais, a questão do reconhecimento da validade das eleições pode retornar – desta vez à pauta judicial. O professor não esconde que, embora o arcabouço legal seja claro, é impossível descartar tentativas de contestação dos resultados eleitorais.
— Talvez estejamos diante de uma dualidade de poder . O diabo está sugerindo várias ideias — comenta ele ironicamente.
O sabor amargo da campanha presidencial na PolôniaO professor não esconde que o estilo da campanha eleitoral deste ano o surpreendeu, mas não no sentido positivo.
— Fiquei surpreso com a intensidade da personalização nesta campanha. Em vez de uma discussão sobre conceitos, um debate sobre as falhas dos candidatos — observa o professor.
Mas o que ele acredita ser mais perturbador é a profunda divisão social que se tornou evidente tanto durante a campanha quanto depois que os resultados foram anunciados.
— A Polônia perdurará graças aos esforços dos apoiadores de ambos os candidatos . Temos que aprender com isso — resume.
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